sábado, 16 de maio de 2009

Cronica: Quique Flores: O percurso benfiquista


Depois de ter sido escolhido por Rui Costa todos lhe auguravam 1 bom futuro. Era o 1º treinador escolhido por Rui Costa, jovem com com uma boa passagem por Espanha (Valência e Getafe) e que se identificava com José Mourinho.

A época não começou bem, com dois empates contra o Rio Ave e contra o rival F.C. Porto.
Na 3ª jornada a equipa ganha em sufoco contra o Paços de Ferreira por 4-3 defrontando na jornada seguinte o Sporting, a quem ganha, numa das melhores exibições da equipa de toda a época.
Pouco depois, o Benfica fica apurado para a Taça UEFA com um resultado de 4-3 contra o Nápoles em embates intensos entre as equipas "dignas de ir Final da Taça UEFA" dizia Quique. No 1º jogo em Nápoles vimos uma exibição pobre ao contrário do posterior jogo, em casa, onde a equipa se debateu com a garra que define o habitual Benfica conseguindo ganhar por 2-0.

Na jornada 5 o Benfica visita o Leixões e sai com mais um empate. Nesta altura a nossa situação era decepcionante, com 2 vitórias e 3 empates em 5 jogos.
Entre a 6ª e a 9ª jornada conseguimos obter vitórias em todos os jogos. Dava a entender que íamos lançados para um boa época, mas nada mais errado. À 10ª jornada deu-se o empate contra o Setúbal num jogo em que o guarda-redes Quim comete um erro crasso que penaliza gravemente a equipa.
Quique substitui assim, Quim por Moreira.

De Outubro a Dezembro o Benfica joga a fase de grupos da Taça UEFA onde sofre 3 derrotas humilhantes (5-1 contra o Olympiacos, 2-0 com o Galatasaray e 1-0 com o Metalist) e um empate em Berlin contra o Hertha.

Nas duas últimas jornadas antes do fim do ano conseguimos uma goleada histórica por 6-0 contra o Marítimo e um empate contra o Nacional.
Depois de chegarmos ao Natal em 1º lugar todos contavam que a equipa iria conseguir manter o ritmo e fazer uma 2ª volta com qualidade. Novamente foi um julgamento precipitado. A partir desse momento a equipa parecia ter desaprendido de jogar.
Na 13ª jornada da 1ª volta perdemos pela primeira vez na época contra o Trofense, o último classificado. A equipa mostrou um futebol irreconhecível, de muito má qualidade e sem fluência ou inteligência, tendo depois dessa, feito outras exibições semelhantes.

Na Taça de Portugal fomos eliminados pelo Leixões nas grandes penalidades sendo que apenas ficámos a lutar pela Taça Carslberg, que acabámos por vencer, numa final bastante polémica onde um erro grave por parte do árbitro (a favor do Benfica) permitiu que igualássemos o resultado e levando-nos à marcação de grandes penalidades, onde vencemos graças à boa exibição de Quim, que defendeu três penalties.

As duas últimas jornadas da 1ª volta conseguimos uma vitória em casa contra o Braga e um mero empate contra o Belenenses.
A equipa perdia gás, mas ainda assim começámos a segunda volta com uma vitória sobre o Rio Ave.
A visita ao Dragão na 17ª jornada resultou num empate. Resultado injusto quer pela exibição, quer pelo motivo do empate: um penalty mal assinalado. Nesta altura já estávamos em 2º lugar a um ponto do Porto.
Na jornada seguinte ganhamos mais uma vez de forma aflita ao Paços de Ferreira por 3-2, e na 19ª jornada vimos mais um jogo fraquíssimo por parte do Benfica na derrota contra o Sporting tornando-se este jogo na 2ª derrota da época para o Benfica. Mais duas vitórias contra Naval e Leixões, seguidas de uma derrota no estádio da Luz (3ª derrota da época), por 1-0 contra o Vitoria de Guimarães.

Nesta altura o treinador Quique Flores começa perder a credibilidade e o apoio dos adeptos, vendo os primeiros lenços brancos. Mais um factor estranho é o facto de ter deixado metade da época o jogador Cardozo no banco sendo ele o nosso ponta de lança mais eficaz, recorrendo a Suazo que, jogando sem apoio na frente num jogo constante de contra-ataque, pouco mais podia fazer que correr. Ainda assim o seu lugar permanecia assegurado sempre que a sua condição física estava a 100%.
Começa-se a perceber na massa adepta que o treinador da equipa do Benfica não tem qualidade para levar a equipa a feitos que se pediam no inicio da época e com certos comentários como "o 2º lugar já e bom, este ano é apenas o ano 0" o treinador afastou ainda mais os adeptos de si.

Também se percebia que Quique gostava de criticar/responsabilizar unicamente os jogadores pelos maus resultados não admitindo que parte da culpa também seria dele, com a frases como "a equipa não joga como eu quero". Os adeptos aguentam o treinador pensando que teríamos um fim de época tranquilo, mas será que os adeptos ainda acreditam que alguma vez o Benfica terá um fim de época tranquilo? Nos últimos 5 anos nunca ganhamos os 5 últimos jogos.
Nos 4 jogos seguintes somamos mais 2 derrotas Académica (em casa) e Nacional perfazendo 5 derrotas. Nas 2 jornadas seguintes obtemos 2 vitórias, uma folgada (4-0 contra o Setúbal) e outra, mais sofrida (3-2 contra o Marítimo).

Depois da derrota contra o Nacional na jornada 27, muitas vozes saíram a terreiro a pedir a cabeça de Quique Flores e essa situação foi ainda mais inflamada pelo empate na Luz 2-2 contra o Trofense que hipotecou qualquer hipótese do Benfica conseguir o 2º lugar.
Com uma deslocação complicada a Braga a equipa corre o risco de ficar outra vez em 4º ou mesmo 5º lugar. Com um plantel de elevado nível qualitativo que não tem qualquer organização de jogo, aponta-se como principal culpado Quique Flores, que não sabendo de um plantel muito bom construir uma equipa, cometendo muitos erros clamorosos levou a esta situação.


Síntese de erros:
1º Deixar Cardozo no banco, colocando Suazo no onze. Este erro é óbvio neste momento tendo Cardozo em 10 jogos marcado 11 golos ( bisando contra Setúbal, ,Trofense Estrela da Amadora e Maritmo), Paços , Sporting.
2º Colocar Aimar como 2º avançado ou a ala direito ou esquerdo, quando este é um médio de construção de jogo. E tendo em conta que a sua condição física (ainda esteve algum tempo em recuperação) debilitou a equipa de 1 jogador. Além de não conseguir construir jogo era sempre muito marcado pelos defesas contrários.
3º Ruben Amorim claramente sub aproveitado a médio direito quando a sua posição é médio centro. Ou seja alem de não dar dinâmica ao lado direito retirava rotinas a um jogador que não é claramente um jogador rápido para extremo.
4º Conflitos com Léo que fez com que tivéssemos de jogar durante algum tempo com um jogador algo limitado como é Jorge Ribeiro e por fim adaptar o David Luiz a defesa esquerdo, o que não é uma opção válida.
5º Pediu um jogador jovem e caro, que nunca rendeu de seu nome Balboa. Não se compreende esta aquisição pois nunca mostrou confiança nele, pondo-o de lado, ou seja colocou um investimento de 4 M no "lixo".
6º Mau esquema táctico que não privilegiou em nada o plantel que tínhamos (adaptando os jogadores à táctica no lugar de adaptar a táctica aos jogadores) e algumas picardias com jogadores na praça pública.

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