quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ricardinho perspectiva o Mundial


Em entrevista ao site da FIFA Ricardinho fala das suas expectativas para o próximo Mundial.
Ricardinho: "Temos tudo para chegar longe"

A selecção portuguesa chega ao Mundial de Futsal da FIFA Brasil 2008 com um currículo que é definitivamente bom, mas que a princípio não a credenciaria como uma das favoritas ao título.


No entanto, basta perguntar a qualquer um dos técnicos das equipas apuradas para ouvir o nome de Portugal na lista de selecções mais fortes do mundo.

Trata-se de um respeito que foi conquistado à base de qualidade até mais do que de resultados. E o grande representante dessa técnica apurada é o ala Ricardo Filipe da Silva Braga, o Ricardinho, de 23 anos. É com ele que a equipa conta para voltar a estar entre as melhores do mundo.
"Vamos tentar repetir o desempenho de Guatemala 2000, quando alcançamos o feito histórico de chegar às meias-finais", analisa o jogador, que no Brasil fará sua estreia em Mundiais. Por causa de uma lesão, a estrela do Benfica não pode ajudar a selecção, na China Taipei 2004. Naquela ocasião, Portugal teve o azar de ser emparelhado na segunda fase ao lado de Espanha e Itália - que terminariam, respectivamente, como campeã e vice.


"Desta vez não podemos perder a oportunidade de passar pelas fases de grupos. E vejo-nos em condições de fazer exactamente isto."

Uma das grandes razões para que os portugueses acreditem numa bela campanha é o desempenho apresentado nas finais do último Europeu, em Novembro de 2007. Jogando em casa, Portugal acabou fora do pódio, no 4º lugar, mas deu mostras de força: na meia-final, por exemplo, a equipa das quinas perdeu diante da poderosa Espanha - que se sagraria campeã - apenas na decisão por pénaltis, depois de um empate a dois golos. "Para ser bem sincero, acho que só o Brasil está um degrau acima dos demais. A equipa brasileira teve azar nos confrontos contra a Espanha nos últimos Mundiais. Acho que Portugal já está no mesmo patamar dos espanhóis. Nos últimos jogos, na hora da decisão, faltou-nos frieza e tranqüilidade", garante o goleador, que, no entanto, não quer nem ouvir falar de excesso de confiança. "Com o nível que o futsal tem hoje no mundo, estar no Mundial já é um feito louvável. Nossa ideia é não entrar em campo com euforia, porque foi exatamente isso que nos traiu nos Mundiais anteriores."


Por isso mesmo, antes de pensar na possibilidade de chegar às meias-finais, o que preocupa os comandados do técnico Orlando Duarte são os rivais da primeira fase de grupos: Itália, Tailândia, Paraguai e Estados Unidos. "Os italianos sempre são adversários duros, enquanto a Tailândia está evoluindo muito e os EUA têm uma equipa muito forte na frente. E não podemos deixar de vencer o Paraguai. É uma equipa com óptimos jogadores que actuam em Espanha e Itália, mas acreditamos que podemos ganhar", avalia o português.

"Contamos com jogadores jovens, espírito de grupo e com os valores individuais, que podem fazer a diferença. Temos tudo para chegar longe, mas sabemos que é preciso concentração em todos os jogos, desde o início", conta Ricardinho. É um sinal claro dos tempos de equilíbrio e evolução técnica que a modalidade vive: embora as ambições de Portugal sejam mais altas do que nunca, o mesmo vale para sua cautela.

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