Cheira a título
Não foi fácil o jogo mas a vitória foi mais do que merecida e que coloca o Benfica às portas do título. Havia uma grande expectativa à volta deste jogo porque depois do desaire em Liverpool e da vitória do Braga a pressão sobre os comandados de Jesus era grande e do outro lado estava uma equipa apostada em fazer o jogo da época e complicar as contas do título.
E a primeira parte do Benfica realmente não foi famosa, completamente perdido na teia montada por Carlos Carvalhal. Éder Luis foi a surpresa de Jesus e o jogador não esteve à altura, a tarefa também não era fácil para um jogador que não vinha jogando mas não foi capaz de dar à equipa aquilo que precisava. Jogando o SCP num 4-2-3-1 o meio campo encarnado esteve sempre em minoria no meio campo e o Éder Luis não foi capaz de fazer o papel de Saviola que tantas vezes recua para ajudar na construção de jogo e no processo defensivo.
Foi uma primeira parte equilibrada e sem grandes oportunidades de golo mas que esteve sempre controlada por SCP mediante a vantagem numérica a meio campo e o bom trabalho de pressão sobre o Javi Garcia e toda a defesa encarnada, o Benfica tinha muitas dificuldades em começar a construção de jogo e muitas vezes teve que optar por um jogo mais directo para os avançados. Só nos últimos minutos se viu o Benfica soltar-se um pouco mais e manteve nesse período alguma pressão sobre a defesa adversária.
Ao intervalo o Jesus leu muito bem o jogo e lança o génio de Aimar em campo e a partir daí o Benfica dominou em toda a linha, foi uma segunda parte praticamente de um só sentido. Aquela capacidade de jogar entre linhas destruiu por completo aquele que tinha sido o ponto forte do SCP na primeira parte, o seu meio campo.
Aimar jogou e fez jogar os seus companheiros, salpicando o jogo com pormenores deliciosos e devolvendo à equipa a confiança que parecia perdida, foi sem dúvida a chave desta vitória. É uma pena que um talento destes seja tão condicionado pelo seu físico e nem sempre consiga mostrar toda a sua qualidade.
Desde cedo na segunda parte se percebeu que a qualquer altura poderia surgir um golo encarnado e foi à passagem do minuto 68 que o Benfica chegou à vantagem, excelente movimento de Ruben Amorim a rasgar a defesa contrária, tira o cruzamento que chega aos pés de Fábio Coentrão, este remata cruzado e surge Cardozo, qual matador, a desviar para a baliza. Um excelente movimento do avançado paraguaio que até se encontrava inferiorizado fisicamente mas que tentou manter-se em campo o máximo de tempo possível e foi premiado com o golo.
O Benfica chegava assim à justa vantagem mas não relaxou e 10 minutos volvidos Aimar fez o 2-0, Quim pontapeia a bola para a frente que sobra para o Ramires que com um simples toque isola o Aimar, o argentino fazendo uso de toda a sua qualidade técnica ultrapassa sem problemas o Rui Patrício e desvia para a baliza. O estádio explodia de alegria e na cabeça de todos já estava o 32º título de campeão nacional.
Até ao fim do jogo o Benfica manteve sempre o controle do jogo e pareceu sempre mais perto do terceiro golo do que de sofrer um golo. Foi uma segunda parte de grande nível que possibilitou uma vitória limpinha como disse o Jesus.
Agora faltam 4 jornadas e o Benfica tem 6 pontos de vantagem, ainda nada está ganho mas que cheira a título lá isso cheira...
Próxima paragem: Coimbra!!!
Carrega Benfica!!!
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