No jogo cabeça-de-cartaz da 17ª jornada da Liga Portuguesa de Basquetebol, o Benfica conseguiu manter-se invicto na prova, depois de derrotar, no pavilhão Império Bonança, o Vitória de Guimarães, por 88-75. A perfeita alternância ofensiva – jogo interior e exterior – na procura do melhor lançamento da equipa, aliado a um desempenho defensivo quase perfeito sobre a principal referência atacante dos vimaranenses, o norte-americano Rod Nealy, acabam por ser os motivos pelos quais os encarnados permanecem só com vitórias no campeonato.
Se a equipa do Benfica não apresentou surpresas no seu cinco inicial, já do lado do Vitória a lesão de Pedro Tavares (fracturou um dedo da mão) e os problemas físicos de Fernando Neves, fizeram saltar para a equipa titular o versátil Ricardo Pinto.
De entrada, o técnico Henrique Vieira voltou a apostar em Heshimu na defesa ao influente Rod Nealy, enquanto o vimaranense Tommie Eddie sobrava para Will Frisby. Se na defesa era visível as preocupações defensivas sobre Nealy, os turnovers sucessivos cometidos pelos encarnados comprometiam a marcha do marcador (9-14). As entradas de Elvis e Carreira, para os lugares de Minhava e Frisby, melhoraram a produção ofensiva da equipa, principalmente através da exploração do interior, onde Heshimu Evans tinha vantagem de estatura sobre Ricardo Pinto, seu defensor directo. Um triplo de Karlton Jr, a 18 segundos do final do período, deu a vantagem de 3 pontos com que o Vitória terminou na frente o 1º quarto (25-22).
No início do segundo quarto as duas equipas baixaram consideravelmente a sua produção atacante, acabando por estar melhor os benfiquistas que, à passagem do 5º minuto, passaram para o comando do marcador (32-30). Foi altura para Henrique Vieira experimentar a sua defesa zona que, diga-se, não alcançou os efeitos pretendidos, em parte por não conseguir traduzir em ataque as posses de bola que eram conquistadas na defesa. O lançamento exterior voltava a não funcionar, excepção feita a João Santos, que esteve particularmente bem, vindo do banco, com 3 triplos decisivos para que os encarnados fossem para tempo de descanso com 4 pontos de vantagem (44-40), graças a um lançamento duplo de Ben Reed quando o tempo se esgotava.
Para a etapa complementar o Benfica regressou com o seu cinco de estatura mais elevada – Ben Reed na posição de base –, com reflexos imediatos na sua forma de actuar. Os encarnados passaram a dominar a tabela ofensiva, procurando sempre explorar as posições interiores dos seus jogadores que, se não resolviam dentro, proporcionavam situações fáceis de tiro exterior. Os actuais campeões nacionais rapidamente fizeram subir a diferença pontual para a casa das dezenas (52-42), que foi conseguindo gerir, isto apesar das aproximações pontuais (58-53 e 61-56), resultantes dos lançamentos triplos de Fernando Neves (dois) até final do período (67-58).
Para o derradeiro quarto, Fernando Sá arriscou logo de entrada, ao colocar Jaime Silva com 4 faltas, apercebendo-se que o início dos últimos 10 minutos do encontro seriam determinantes para ainda poder discutir a vitória na partida. Mas continuavam a faltar os pontos de Rod Nealy, mérito defensivo para Evans e fundamentalmente para Sérgio, que na defesa continuavam a sofrer dos mesmos problemas para parar o jogo interior benfiquista (destaques para Elvis e Sérgio Ramos), com o resultado a atingir a sua maior diferença (82-66) com pouco mais de 5 minutos para serem jogados.
Daí até final os vimaranenses foram acelerando as suas tomadas de decisão ofensivas, possibilitando que a equipa da casa começasse a somar contra-ataques, resultantes da má preparação colectiva para recuperar defensivamente. O norte-americano Karlton Mims, ainda foi capaz através de acções individuais, de amenizar a diferença final entre os dois conjuntos, que no final dos 40 minutos se cifrava em 13 pontos (88-75).
Na equipa encarnada, o extremo João Santos (16 pontos, 5 em 6 lançamentos triplos, 10 ressaltos e 2 roubos de bola) deu mostras de já ter a mão afinada. Já dupla composta por Sérgio Ramos (21 pontos, 2 ressaltos e 2 roubos de bola) e Elvis Évora (13 pontos e 4 ressaltos) foi fundamental, não só por aquilo que fez no ataque, mas também pelos seus desempenhos defensivos.
O desaparecimento ofensivo de Nealy durante a 2ª parte – apenas 3 pontos convertidos – explicam, em parte, o porquê das prestações dos seus compatriotas Karlton Mims (32 pontos, 7 ressaltos e 4 assistências) e Tommie Eddie (18 pontos, 8 ressaltos e 4 assistências) não terem sido suficientes para repetir o sucesso da Taça.
Resumo do jogo:
Fonte: fpb.pt
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