sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Entrevista a Javier Saviola



"Benfica tem o estilo do Barça"

Magia, espectáculo, golos - são estes os condimentos que os adeptos do Benfica esperam do reforço mais sonante para a época 2009/10. Em entrevista exclusiva a O JOGO, Saviola não faz promessas, assume que este é o maior desafio da sua carreira e confessa estar decidido a fazer a melhor época de sempre, até porque está muito agradado com a dinâmica do futebol encarnado, que equipara à do Barcelona de Guardiola. A poucas horas do arranque da nova temporada, o Conejo marca pontos...

Falta muito pouco para o Benfica iniciar a sua campanha no campeonato. Já se sente em casa e preparado para colocar em campo todas as suas qualidades?

Sinto-me muito bem aqui, estou muito feliz, os meus companheiros receberam-me muito bem. Fiquei também muito bem impressionado com a euforia dos adeptos em torno da equipa. A juntar a tudo isto, também me agradou muito a filosofia de jogo da equipa, aquilo que o corpo técnico pretende que façamos em todas as partidas. Fazendo um balanço do pouco tempo que tenho ainda de Benfica, o que posso dizer é que estou aqui muito feliz e sinto-me preparado, assim como todos os meus companheiros, para o início da competição.

Qual o segredo desta equipa na pré-temporada?

A sede de glória, a vontade de formar uma equipa competitiva, difícil de ser derrotada.

Pelo nome que tem no mundo do futebol, pelo grande investimento que foi feito na sua contratação, sente uma maior responsabilidade? Receia que a cobrança dos adeptos seja maior em relação a si do que a outros jogadores?

Não, julgo que todos os elementos do plantel têm uma grande responsabilidade e obrigação de fazerem tudo para atingirmos as metas traçadas. Não se pode atribuir a este ou aquele toda a responsabilidade, porque só se pode ganhar funcionando como uma equipa, se todos remarmos para o mesmo lado. De outra forma, não vamos lá. O futebol é muito simples: se, por exemplo, a defesa estiver certinha, mas nós, no ataque, não estivermos num bom dia, a probabilidade de não ganharmos o jogo é muito grande. Se, ao contrário, o ataque estiver bem e a defesa em baixo, o rendimento será igualmente nivelado por baixo.

Este Benfica muito dinâmico, pressionante e a marcar muitos golos é ao estilo da equipa que maior qualidade apresenta no Mundo, o Barcelona?

É verdade. Tal como o Barcelona, a nossa intenção é conquistar rapidamente a bola e depois causar danos no adversário de cada vez que atacamos. Podemos perder com qualquer equipa, mas a nossa filosofia de jogo irá manter-se intocável. É sempre com a mesma mentalidade que vamos entrar em campo em busca dos nossos grandes objectivos, e isso passa por conquistar o título. Temos de atacar com muita gente. Não podemos chegar apenas com um ou dois jogadores perto da baliza adversária. Pretendemos que todos os jogadores que estão no ataque tenham possibilidade de marcar e, ao mesmo tempo, que recuperem para servirem de primeiro entrave às investidas do adversário.

Até onde pode chegar o Benfica?

Chegaremos até onde nós quisermos chegar. Formamos uma grande equipa. Agora temos de confirmar isso durante a época e oxalá possamos chegar muito longe e lutar em todas as competições em que entremos, porque o nosso objectivo é ganhar.

Foi treinado por grandes nomes do futebol Mundial, como Van Gaal, Frank Rijkaard ou Bernd Schuster. Agora é treinado por uma pessoa desconhecida no panorama internacional. Fica apreensivo com as diferenças que encontra entre os seus anteriores técnicos e Jorge Jesus?

Nada. Nada mesmo, e até acho que isso não tem importância nenhuma. O importante para os jogadores é terem a confiança dos técnicos. A principal diferença entre os treinadores de que fala e o que tenho agora é a confiança que me transmitem, essa é a chave para um bom desempenho da minha parte. Rendo mais, quando as pessoas acreditam em mim, e acho que o mesmo se passa com outros jogadores. O Jorge Jesus faz-me sentir útil. Todos temos uma parte importante na equipa, sobretudo nós, que jogamos no ataque, porque temos a obrigação de definir o jogo, de dar o ritmo que for mais conveniente à partida.

Se Jorge Jesus lhe pedisse para jogar na posição 10, teria algum problema?

Nenhum. Neste momento jogo um pouco mais recuado do que o Cardozo, o que me agrada muito, porque estou em contacto com o meio-campo e tenho possibilidade de definir uma jogada com mais tempo. Se o treinador me pedisse para jogar na posição do Aimar, não teria quaisquer problemas. Julgo que as minhas características se adaptam facilmente a essa posição. Aliás, eu e o Aimar estamos em constante rotação. Quando ele sobe, fico eu mais recuado. Temos capacidade para fazer esse movimento.

"Espero mostrar o melhor Saviola de sempre"

É no Benfica que iremos ver o melhor Saviola de sempre?

Espero bem que sim. Estou a trabalhar para que isso aconteça. Mas, essencialmente, o que eu quero é que o Benfica seja uma grande equipa, que, em campo, possamos mostrar todo o nosso potencial, que tenhamos ganas de mostrar toda a nossa qualidade. Nesta pré-temporada, julgo que isso foi bem evidente. Temos jogadores muito perigosos, que jogam muito bem futebol. Olhando para a minha idade e momento da minha carreira, o que posso dizer é que quero ser feliz e útil à equipa.

Aos 27 anos, entende ser este o momento certo para relançar a carreira?

Dizem que é com esta idade que os jogadores atingem a maioridade [risos]. Sinto-me bem física e psicologicamente, a adaptação ao País foi muito boa e rápida e, por isso, por se tratar de uma nova etapa da minha vida, entendo ser este o grande desafio da minha carreira.

"Não estamos preocupados com o FC Porto"

O FC Porto, que já venceu o primeiro troféu oficial da época, é a principal preocupação do Benfica?

Não. A nossa preocupação deve ser apenas connosco. Sabemos que, se estivermos bem, com confiança, será muito difícil que as outras equipas nos consigam vencer. Antes de pensarmos nos outros, teremos de pensar na nossa equipa.

"Rui Costa decisivo para a minha chegada"

Aimar é um amigo de longa data. Que influência teve ele na sua transferência para o Benfica?

Aconselhou-me muito, disse-me maravilhas do clube e da cidade de Lisboa. Mas não foi apenas o Aimar. A intervenção do Rui Costa e do Jorge Jesus foi determinante para a minha chegada ao Benfica. Eles disseram-me que a intenção era formar uma equipa muito competitiva, lutadora, para ganhar. Este projecto, muito claro e atraente, fez-me aceitar o convite.

Fonte: OJogo


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