Goleada ao Líder
Três oportunidades de golo desperdiçadas antes de cumprido o primeiro minuto foi o mote para uma exibição do bicampeão nacional que entra para a galeria das melhores da época. A goleada à Fundação Jorge Antunes (7-3) só surpreende quem não assistiu ao jogo e explica-se por duas razões: o Benfica esteve em grande nível; a Fundação amedrontou-se com o adversário.
Perante a equipa que liderava o Campeonato Nacional/FutSagres, o Benfica entrou sem Ricardinho, que esteve em dúvida até perto da hora de jogo, mas precisou da entrada do seu «mágico» para encontrar a chave da baliza de Vítor Hugo. Poucos segundos depois de entrar, Ricardinho ganhou um livre indirecto descaído para o lado direito do ataque encarnado; na marcação combinou com Pedrinho e finalizou na cara do guardião vizelense. Se este golo colocou justiça no marcador, também deixou a nú a apatia com que os jogadores da Fundação entraram em campo. Paulo Tavares tinha três baixas importantes – João Leite, Eskerda e Mide - , no entanto, a equipa que trazia a missão de defender a liderança nunca esteve à altura das necessidades, deixando-se enredar facilmente por um Benfica que se foi motivando à medida que os minutos passavam e as combinações entre os seus jogadores saiam tal e qual como se fossem desenhadas com uma régua e esquadro.
Com o pivô César Paulo ainda a tratar a sua lesão, André Lima insiste no 4:0 que melhor se adequa às características dos jogadores disponíveis e frente à Fundação a exibição da equipa deu-lhe razão. Com jogadores que jogam quase de olhos fechados em corrossel, os desequilíbrios de Ricardinho e a velocidade de execução de Pedro Costa e Arnaldo foram fundamentais para o resultado gordo que permitiu aos campeões subirem à segunda posição e continuarem a depender deles para vencer a fase regular. Um bis de Pedro Costa e um golo de antologia de Pedrinho ainda antes do intervalo, colocando o resultado em 4-0, decidiram o jogo, até porque, como já se disse, a Fundação foi uma sombra da equipa que costuma ser.
Se André Lima saiu do Pavilhão da Luz com um sorriso de orelha a orelha, Paulo Tavares não escondeu a desilusão com os seus jogadores, nomeadamente na incapacidade da equipa em sair para o contra-ataque. Os de Vizela foram durante a primeira parte uma equipa desorientada, a que não é alheio o facto de estar em campo um conjunto de atletas muito jovem que sentiu em demasia a importância do jogo e o facto de não terem um jogador referência dentro das quatro linhas.
O início da segunda parte ainda fez admitir que a Fundação pudesse recuperar da desvantagem, no entanto, Ricardinho voltou a tirar um coelho da cartola, apontando o quinto golo num remate onde não deixou a bola cair no chão após passe picado de Arnaldo. No minuto seguinte Zé Maria fez o sexto golo «encarnado» - um lance onde os vizelenses se desinteressaram da bola em virtude de Bebé estar no chão a pedir assistência – e os três pontos ficaram definitivamente entregues, apesar de a Fundação ainda ter tentado jogar com guarda-redes avançado para recuperar da desvantagem.
Com este resultado e uma vitória por mais de dois golos, o Benfica subiu ao segundo lugar, a um ponto do Belenenses, e ganhou vantagem no confronto directo com a fundação, já que em Vizela tginha perdido por 2-0.
Fonte: Futsal Portugal
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