sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Futebol: Balanço


Depois de uma desastrosa temporada, assistiu-se a uma revolução na estrutura do futebol profissional. Rui Costa abandonou a carreira de futebolista e assumiu funções como director-desportivo. Uma das suas primeiras tarefas foi contratar um treinador. O espanhol de 44 anos, Quique Flores, antigo responsável de Getafe e Valencia, foi o escolhido. O plantel também foi remodelado. Sairam jogadores importantes como Léo, de regresso ao Brasil (Santos), Petit (Colónia), Nélson ( Bétis ) e Rodriguez (Porto). Para colmatar estas e outras saídas, 12 novos jogadores foram integrados no plantel: O defesa-central brasileiro de 19 anos, Sidnei (Internacional de Porto Alegre), o médio francês de 24 anos Hassan Yebda (Le Mans), o médio de 26 anos Carlos Martins (Recreativo de Huelva), o extremo-direito de 23 anos, internacional pela Guiné-Equatorial Javier Balboa (Real Madrid), o jovem uruguaio Urreta foi contratado ao River Plate do seu país. De volta ao Benfica, Ruben Amorim, contratado ao Belenenses e Jorge Ribeiro ao Boavista e ainda Miguel Vitor e Moretto, que haviam sido emprestados na época anterior. 3 jogadores de grande "cartel" foram também contratados: o médio argentino de 29 anos Pablo Aimar, contratado ao secundário Saragoça, o espanhol José António Reyes (Atlético de Madrid) e o hondurenho David Suazo (Inter de Milão).

Depois de uma pré-época com altos e baixos, com um péssimo Torneio do Guadiana e um bom Torneio Cidade de Guimarães, iniciámos o campeonato com 2 empates 1-1: em Vila do Conde com o recém-promovido Rio Ave e em casa frente ao Porto, este último com Katsouranis a ser expulso logo no inicio da 2ª parte. Seguiram-se duas vitórias, em Paços de Ferreira por 4-3 e em casa frente ao Sporting por 2-0. À 5ª jornada, empate consentido nos últimos minutos em Matosinhos, frente ao surpreendente Leixões. Depois, 4 vitórias consecutivas, a melhor série até ao momento: 2-1 a Naval e Guimarães, 1-0 ao E.Amadora e 2-0 em Coimbra. O jogo seguinte dita a saída de Quim da baliza, depois de um erro incrível no fim da partida que nos custa 2 pontos. A viagem à Madeira para defrontar o Marítimo termina com a maior goleada da época, vitória por 6-0, mas o ano termina com um empate a zero em casa com o Nacional, numa partida marcada por um golo limpo anulado ao Benfica, que valeria a vitória mesmo ao cair do pano.

Depois de umas férias, provavelmente maiores do que o recomendado, sofremos a única derrota, na casa do estreante Trofense. A 1ª volta termina com vitória em casa por 1-0 ao Braga, golo de David Luiz e empate 0-0 em Belém. A semana passada, nova vitória em casa por 1-0, num verdadeiro pantanal, ressurgiu um herói: Pedro Mantorras, mais uma vez a valer pontos ao Glorioso. Chegamos assim ao jogo deste domingo, muito importante para definir o nosso futuro na Liga Sagres, no 2º lugar, a um ponto do nosso adversário.

A Taça UEFA foi a maior demonstração da irregularidade da equipa. A um péssimo sorteio e a uma derrota por 3-2 no difícil terreno do Nápoles, respondemos com uma noite europeia à antiga, com talvez a melhor exibição da época, e vitória clara por 2-0. Qualificados para a fase de grupos, começámos com um resultado aceitável, 1-1 em Berlim frente ao forte Hertha, mas quando nada o fazia prever, seguiu-se o descalabro: derrota em casa por 2-0 contra o Galatasaray, com uma 2ª parte do mais pobre da época, vergonhoso 5-1 em Atenas frente ao Olympiakos, e como se não fosse ainda suficiente, nova derrota em casa perante os desconhecidos ucranianos do Metallist. Último lugar do grupo na 2ª prova da UEFA, muito abaixo dos nosso pergaminhos.

A participação na Taça de Portugal também não foi muito melhor. Estivémos à beira da eliminação logo à 1ª, em casa, frente ao Penafiel, do 3º escalão do futebol português, apenas vencemos nos penaltys. Seguiu-se uma exibição agradável e vitória tranquila por 3-0 frente ao Aves. O sorteio ditou que a seguir deslocávamos-nos novamente a Matosinhos. Jogo complicado, empate 0-0 após 120 minutos, e a sorte que nos tinha acompanhado frente ao Penafiel, fugia agora. Mais um objectivo da época que ficava pelo caminho.

Na Taça da Liga, temos feito uma boa campanha, muito graças à seriedade com que temos enfrentado esta competição. Começámos a participação com a 3ª vitória da época em Guimarães, agora por 2-0. Seguiu-se goleada por 4-1 ao Olhanense, com direito a lance de magia de Di Maria e vitória por 1-0 frente ao Belenenses, que nos garantia o direito a jogar as meias-finais em casa. Na Catedral, já com o relvado em boas condições, garantimos o acesso à final batendo mais uma vez o Vitória da cidade berço, por 2-1, com o 1º golo de Aimar com a nossa camisola.

Em resumo, 29 jogos, com 16 vitórias, 55% de aproveitamento.

Sendo que a qualidade do futebol exibido continua a um nível muito abaixo do desejado, estando fora das competições europeias antes do ano novo pela 1ª vez em muitos anos, afastados precocemente da Taça de Portugal, o forte investimento financeiro feito esta época na construção do plantel terá que ter retorno desportivo no Campeonato e na Taça da Liga. Mesmo sendo a competição menos prestigiante das que participamos, é sempre bom chegar ao jogo decisivo, algo que não acontecia desde os tempos de Trapattoni. Na Liga também já há algum tempo que não chegávamos a esta fase tão perto do 1º lugar. Os próximos tempos dirão se foi uma época de sucesso ou não. Um 2º lugar no Campeonato, com apuramento para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões e uma vitória na Taça da Liga são os objectivos mínimos. Vitória no Campeonato e na Taça da Liga faria desta uma época de grande sucesso. Ficar mais uma temporada em branco, sem vencer nada, seria sem dúvida um grande fracasso, e teria de se repensar bem o projecto, visto o esforço da direcção para atender a todos os pedidos de Quique.

Amanhã, é dia de futsal.

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