Deixou a competitiva Liga ACB de Espanha para abraçar um novo projecto no clube do seu coração. Gostou do que encontrou na Luz e já nem se lembra que recusou convites da LEB Ouro ou de países distantes, pois agora só pensa em sagrar-se campeão nacional. O internacional português espera que os adeptos compareçam em massa nos jogos dos encarnados
João Santos protagonizou uma das transferências mais sonantes da pré-temporada. O extremo estava a jogar no Fórum Valladolid, na Liga ACB, em Espanha, mas devido aos muitos problemas que assolaram a equipa acabou por se transferir para o Benfica quase em cima do arranque da Liga Portuguesa de Basquetebol. Continuar em Espanha foi sempre uma forte possibilidade, pela proximidade com Portugal e com a família, mas os convites que surgiram do país vizinho foram todos de conjuntos da LEB Ouro. Por outro lado, as propostas de campeonatos mais distantes não o seduziram, pelo que não hesitou em assinar pelo clube do seu coração.
“Sempre ponderei voltar, pois já tinha decidido que este ano teria de pensar também na família”, começa por nos contar o jogador. “Espanha, pela proximidade, seria uma hipótese, todas as outras nem sequer ponderei, pela distância dos países. Surgiram convites, não da ACB mas da LEB Ouro, que acabei por rejeitar”, acrescenta João Santos.
Peça fundamental na recente campanha portuguesa de apuramento para o Eurobasket’09, João Santos esteve 100 por cento concentrado nos trabalhos da Selecção Nacional. Por isso, nesse espaço de tempo não teve disponibilidade para negociar de forma serena com os eventuais interessados nos seus serviços. Quando terminaram os compromissos de Portugal na Europa, as formações da principal liga espanhola (e não só) já estavam compostas.
Mas o extremo não se arrepende da escolha que fez. Benfiquista convicto, João confessa-se “orgulhoso” por poder vestir a camisola encarnada. “É o meu clube, juntei o interesse deles à minha vontade e é um orgulho poder representar o Benfica. O projecto é aliciante e voltei com a intenção de ser campeão, algo que nunca alcancei em Portugal.” O que encontrou assim que chegou à Luz deixou-o bastante satisfeito. As instalações “são cinco estrelas” e a equipa começou logo por ganhar o primeiro jogo (na jornada cruzada, frente ao Eléctrico de Ponte de Sôr) por margem bastante confortável (102-61). “O plantel foi reforçado aos bocados. Foram surgindo oportunidades de se contratar mais jogadores e eu acabei por ser um dos últimos, mas isso não tem sido problema”, refere.
“Os treinos têm sido fantásticos”, considera o extremo, acrescentando: “Sei que o clube é grande, mas ainda não deu para sentir. É provável que tenha uma primeira amostra disso já este fim-de-semana, quando jogarmos em casa. Espero que consigamos recuperar a mística do clube e fazer com que os sócios voltem a comparecer nos jogos. Cabe-nos a nós tornar as partidas interessantes, alcançar vitórias e conseguir títulos para que os adeptos sintam orgulho na equipa.”
O Benfica apresenta um dos melhores plantéis da Liga Portuguesa de Basquetebol, mas por vezes a co-habitação de várias “estrelas” pode ser sinónimo de problemas. Todavia, João Santos está convicto que na sua equipa tal não acontecerá. “Tudo depende do trabalho que fazemos no dia-a-dia, de queremos ser competitivos, sólidos, lutando para sermos campeões. Temos de ser profissionais, a equipa tem de estar sempre à frente das individualidades. Se conquistarmos algum título todos sairão beneficiados. As exibições individuais não terão nenhuma repercussão se a equipa não ganhar nada”.
Fonte: Redacção
Autor : Carlos Seixas
Fonte: FPB
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