sábado, 5 de junho de 2010

Basquetebol: Benfica a uma vitória de revalidar o Título


Encarnados derrotam FC Porto no Dragão

Num encontro muito disputado, garantidamente um dos melhores realizados esta época, o Benfica aumentou a vantagem na final do playoff da Liga para 3-0, depois do triunfo desta sexta-feira, no Dragão Caixa (101-97). Mas os portistas venderam bem cara a derrota, visto que foram necessários dois prolongamentos para se encontrar um vencedor (83-83 e 96-96), o que deixa antever outra emocionante partida, já no próximo domingo.


Muita coisa poderia ser dita e escrita acerca do 3º jogo da final do playoff da Liga Portuguesa de Basquetebol, mas é prefirível realçar a qualidade do espectáculo que as duas equipas proporcionaram e a correcção com que a partida foi disputada. Pena é que não aconteçam mais jogos com esta emoção e intensidade, para bem da modalidade.

No aspecto desportivo, a jornada foi naturalmente favorável aos encarnados que, ao vencerem este 3º jogo, no Dragão Caixa, tornaram nula a margem de erro dos portistas até final da série. Uma vitória que convém dizer poderia ter sorrido a qualquer um dos conjuntos, até porque momentos houve durante o encontro em que as coisas pareciam definidas a favor de cada uma deles.

Foram os encarnados a começar melhor o encontro, aproveitando alguma passividade defensiva dos azuis e brancos, que se traduziu em situações fáceis de finalização, sendo a maioria acções de contra-ataque. Após uma vantagem inicial dos forasteiros, finalmente surgiu a mão certeira dos atiradores azuis e brancos, permitindo que os portistas rapidamente recuperassem da diferença pontual. A boa prestação de Greg Stempin (15 pontos) durante toda a primeira parte, tanto a marcar pontos como a assistir para os seus companheiros, impulsionou os dragões para o comando do marcador no final do 1º tempo (42-37).

Na etapa complementar, a linha de 3 pontos viria a ser a principal arma utilizada pelos comandados de Moncho López para fugirem na marcha do marcador. Três triplos, quase consecutivos, de Nuno Marçal faziam subir a diferença para a dezena de pontos, margem que se verificava a pouco mais de 4 minutos do final. Quando tudo parecia encaminhado para o triunfo dos dragões, a equipa simplesmente deixou de fazer pontos durante vários minutos, parando nos 78. Acabaria por desperdiçar a vantagem de que dispunha, com muito mérito dos encarnados, que sempre acreditaram que poderiam dar a volta ao resultado, demonstrando muita frieza e discernimento nas acções atacantes.

Com as duas equipas empatadas a 83 pontos no final do tempo regulamentar, houve necessidade de 5 minutos extra, altura em que a alteração táctica introduzida por Moncho López, colocar Hunt na posição de 1º base – inspiradíssimo em termos ofensivos –, e atribuir a Andrade a missão de parar Diogo Carreira, elemento mais desiquilibrador do plantel benfiquista, parecia que ia resultar em pleno. Uma vez mais o Benfica soube ser paciente, nunca se desuniu como equipa, ao mesmo tempo que procurava resolver os problemas do ataque de uma forma colectiva, ao procurar a melhor solução de lançamento.

Acabaria por a equipa orientada por Henrique Vieira a desperdiçar a oportunidade de resolver a partida, ao sofrer um triplo de Nuno Marçal – mérito do experiente extremo portista –, a 4 segundos do final do tempo extra, que empatava novamente o encontro (96-96).

No 2º prolongamento, a ausência de Stempin e Terrel, já desqualificados com 5 faltas, viria a revelar-se decisiva, pois foi na luta das tabelas, mais concretamente através do ressalto ofensivo, que o Benfica fez a diferença. Os segundos lançamentos fáceis e as sucessivas posses de bola conseguidas pelos encarnados permitiram gerir uma curta vantagem, isto sem esquecer que os dragões apenas converteram 1 ponto nos últimos 5 minutos suplementares (101-97).

No decorrer da partida estivemos perante duas formas distintas de conseguir pontos: enquanto os azuis e brancos apostavam no tiro de longa distância, a turma lisboeta dava preferência a lançamentos mais curtos, até porque a noite não era de grande precisão.

O norte-americano Heshimu Evans (30 pontos, 12 ressaltos, 9 faltas provocada e 2 roubos de bola) foi o expoente máximo da agressividade atacante do Benfica, impressionando pela intensidade, apesar dos seus 34 anos, que coloca no seu jogo, exibindo recursos ofensivos que denotam grande trabalho de aperfeiçoamento. Face à ausência de Elvis Évora - pelas palavras do técnico Henrique Vieira a lesão aparentemente é grave e de recuperação demorada -, o poste Will Frisby (22 pontos, 13 ressaltos e 2 assistências), numa missão de superação, acabou por ser a grande referência interior do Benfica ao longo de todo o encontro. Mesmo tentando sempre fugir ao contacto, a boa técnica de pés e o tiro de curta e média distância permitiram-lhe contornar as limitações físicas.

Para complemento, os encarnados tiveram em Diogo Carreira (22 pontos e 2 ressaltos), que até entrou mal no jogo, o símbolo da irreverência, do talento, mas acima de tudo da coragem de querer assumir a responsabilidade do jogo. Uma referência ainda para o regresso de Sérgio Ramos, que após várias semanas lesionado voltou a competir. Mesmo sem estar nas melhores condições, a sua presença no jogo era reconfortante para o grupo, ao mesmo tempo que transmitia uma imagem de confiança e disponibilidade para ajudar.

Do lado dos portistas, de pouco serviu a fantástica prestação de Greg Stempin (26 pontos, 6 ressaltos, 3 assistências e 3 desarmes de lançamento), claramente o elemento portista mais determinado e com sede de vitórias. O capitão dos dragões, Nuno Marçal (19 pontos, 4 assistências e 3 ressaltos), teve uma exibição intermitente, acabando por ser um pouco vítima das passagens pelo banco de suplentes. E como é habitual, Julian Terrel (15 pontos e 8 ressaltos) manteve a regularidade que lhe é característica.

Resumo do jogo:



Fonte: fpb.pt

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