O Benfica tornou-se no grande vencedor da I Edição Supertaça Compal, ao derrotar, no último dia de prova, o campeão angolano do 1º de Agosto, por 64-57. Nunca se encolhendo na luta por cada posse de bola, os encarnados, melhor tacticamente, tiveram o mérito de conseguir “adormecer” a equipa angolana, que só durante um pequeno período na 1ª parte conseguiu impor o ritmo e a emoção com que habitualmente joga. O Benfica sai deste torneio claramente reforçado, não só em termos exibicionais, mas também como grupo de trabalho.A vitória nesta Supertaça Compal assenta perfeitamente na equipa encarnada, que jogo após jogo foi subindo de rendimento, ambientando-se progressivamente às condições climatéricas e dando sempre resposta ao grau de dificuldade que foi subindo nas partidas.
No jogo da final os actuais campeões nacionais voltaram a evidenciar uma superioridade inicial, que só não manteve por mais tempo pela perda do controlo emocional por parte dos jogadores encarnados. Mais preocupados a discutir com os árbitros, a acusarem em demasia o contacto físico, os comandados de Henrique Viera começaram a precipitar as decisões em ataque, bem como a desregular por completo os seus movimentos ofensivos.
Ultrapassado que foi esse mau momento, os benfiquistas souberam quase sempre impor o ritmo de jogo que mais lhe convinha, dando preferência a um estilo de jogo mais táctico em detrimento de correrias loucas.
O maior acerto dos angolanos nos lançamentos de longa distância – 4 triplos convertidos no 2º período – fizeram a diferença pontual que separava as duas equipas quando recolheram ao intervalo para tempo de descanso. Um triplo de António Tavares bem perto do final da 1ª parte amenizou a desvantagem que se cifrava em 4 pontos (35-31) favoráveis ao 1º de Agosto.
Corrigidos que foram alguns aspectos, nomeadamente as recuperações defensivas, bem como o aumento da pressão defensiva sobre os atiradores angolanos, o jogo passou a ter alternâncias constantes no comando, o que beneficiava ainda mais o espectáculo.
O momento chave do encontro acabou por ser a vantagem pontual que Benfica conseguiu no derradeiro quarto da partida, quando fez subir a diferença que separava as duas equipas para 7 pontos (56-49), a pouco mais de 3 minutos do termo do encontro. Daí até final, a equipa portuguesa teve várias oportunidades para matar o jogo, quer da linha de lance-livre, como também na forma como atacou a defesa zona da formação angolana, mas não foi muito feliz. Foi visível do ponto de vista táctico que, com o resultado fechado, a vantagem era do Benfica, que executava melhor os seus movimentos ofensivos e, a partir do momento que começou a dominar a sua tabela defensiva, as hipóteses do 1º de Agosto vencer passariam a ser diminutas.
Grande triunfo do Benfica, do basquetebol português, da arbitragem nacional que soube exemplarmente dominar as emoções que envolviam este jogo, num torneio que tem tudo para se prolongar no tempo e cada vez mais ser um momento alto do calendário de provas.
Individualmente, no seu regresso a Luanda, Heshimu Evans (12 pontos e 7 ressaltos) foi um exemplo na forma com esta partida deveria ser disputada. Realce ainda para a boa exibição de Elvis Évora (10 pontos, 5 ressaltos e 2 roubos de bola), que quando foi mais preciso esteve lá para ajudar a equipa
.
Nos campeões angolanos, o veterano Miguel Lutonda (14 pontos e 3 ressaltos) que foi distinguido como o MVP da Supertaça Compal, voltou a ser o melhor da equipa.
Declarações no final do jogo do treinador Henrique Vieira
“Com um clima muito complicado e três jogos em três dias, os meus jogadores estão de parabéns. Vencemos as duas melhores equipas angolanas e das melhores africanas, o que não está ao alcance de qualquer um e valoriza ainda mais a nossa vitória. É para já o ponto mails alto da nossa época. Quero deixar igualmente os parabéns à organização da prova, embora o timing da prova não fosse o ideal para nós”
Fonte: fpb.pt
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