Este Sábado o Benfica disputou a 30ª e última jornada do Nacional de Juniores, batendo o Torreense por três bolas a uma, encerrando o campeonato na 2ª posição, com 71 pontos, um atrás do líder Sporting e com cinco de vantagem sobre o Belenenses.
Apesar de ter assegurado a passagem à Fase Final na jornada anterior, numa vitória muito suada no Seixal diante de um aguerrido Nacional da Madeira, a verdade é que esta temporada acabou por ser tudo menos pacífica para a turma comandada por João Alves.
Com um plantel recheado de estrelas (só na última convocatória dos sub-19 foram chamados 9 jogadores do Benfica!!!) mas, como cedo se percebeu, manifestamente curto, o Benfica acabou por sofrer mais do que seria de esperar para carimbar o apuramento para a próxima fase. Tendo liderado o campeonato durante boa parte da prova e após ter conseguido vencer em casa o Belenenses e ir empatar a Alcochete durante a primeira volta, muitos porventura julgariam que a equipa acabaria por ter uma ponta final relativamente tranquila. Contudo, dois empates caseiros comprometedores face a Estrela da Amadora e Vitória de Setúbal, bem como a igualdade a zero no Restelo e a derrota em casa contra o eterno rival Sporting, chegaram a ameaçar as pretensões da equipa encarnada.
Com uma má planificação da época (com dispensas de juvenis campeões para depois ter que recorrer ao mercado em Janeiro), opções tácticas discutíveis e, acima de tudo, o facto de se observar uma certa “estagnação” na evolução de muitos dos talentos da cantera benfiquista, João Alves acaba por ser um rosto algo contestado pelos adeptos no Seixal e mesmo dentro do próprio balneário.
Ainda assim, a época também foi marcada por momentos positivos, como a consolidação de jogadores como David Simão, Leandro Pimenta ou Ishmael Yartei, a revelação de Danilo, Roderick ou Mário Rui, a chamada de Pedro Eugénio a disputar 90 minutos nos seniores. É contudo deprimente ver talentos como Nélson Oliveira ou Saná muito longe daquilo que sabem fazer e jogadores promissores como Coelho, André Soares ou o próprio Pedro Eugénio tantas vezes arredados do onze titular em opções técnicas muito discutíveis.
Apesar disto, o momento deve ser de união. A Fase Final está aí à porta e Benfica, Sporting, Porto e Vitória de Guimarães irão lutar pelo título de campeões nacionais. Sendo uma prova com apenas 6 jogos, o vencedor será aquela equipa que surgir mais forte (anímica, física e tacticamente) e menos se sujeitar ao erro. O Benfica, pelo seu historial e principalmente pelo seu plantel recheado de valores, é “obrigado” a ser candidato. Mas o Sporting, assente numa estrutura consolidada e bem dirigida, com jogadores igualmente talentosos (terá porventura menos individualidades que o Benfica, mas colectivamente será mais equipa) e, não raras vezes um certo proteccionismo das arbitragens e o Porto, com um plantel com muitos nomes sonantes que venceu tranquilamente a Zona Norte, serão obviamente rivais muito complicados de bater. O Guimarães, sendo claramente o “outsider” deste quarteto, não pode ser descartado, podendo tratar-se de uma equipa que mesmo que não lute pelo título, certamente transformará as deslocações à Cidade-Berço em jogos muito complicados para os três grandes e certamente irá roubar pontos preciosos aqui e ali.
Assim, só com uma grande vontade e uma sinergia de forças entre dirigentes, técnicos, jogadores e adeptos é que o Benfica pode fazer das tripas coração, ganhar “uma equipa”, criar uma onda imparável de crença e ambição, superar todos os árduos obstáculos que se atravessem no caminho e sagrar-se Campeão Nacional de Juniores.
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