Ponto prévio: o Benfica ainda não ganhou nada este ano. Mas é inegável que tem tudo para o fazer.
Cinco anos depois, e ao eliminar o Guimarães, está de volta à final do campeonato e agora só tem de se sentar no sofá e esperar pelo duelo Sp. Espinho-Castêlo da Maia para saber com quem vai jogar. Até lá, pode começar a preparar a outra final, a da Taça de Portugal, onde reencontra os maiatos, precisamente os finalistas vencidos na última final em que as águias marcaram presença, em 2007.
De então para cá, a Luz viveu uma travessia do deserto, apesar do forte investimento feito em jogadores. A excepção foi a última época, em que a secção sofreu um autêntico abalo por imposição superior, tendo garantido o terceiro lugar com um investimento de cerca de 300 mil euros (metade do habitual) e sob o espectro do encerramento. Valeu a estabilidade, que se traduz nos dez anos que José Jardim já leva à frente da equipa.
Figura reputada no voleibol português, chegou a ser capitão benfiquista, antes de assumir a formação do clube. Pegou na equipa sénior a meio da caminhada desde a terceira divisão (na A2), que culminou com o título nacional conquistado em 2005. E destaca, com orgulho indisfarçável, o ano de subida à Divisão A1 "com uma equipa só com atletas portugueses formados no Benfica".
Em cinco anos, muita coisa mudou. "A nossa equipa de agora tem mais soluções do que a que foi campeã em 2005, tem um plantel mais competitivo", defende. De igual forma, José Jardim, professor de educação física, acredita que também o finalista vencido da altura, o Sporting de Espinho, "está mais forte este ano". Já o nível do voleibol português "tem oscilado". "Noto, com alguma tristeza, por aquilo que leio na imprensa, que há clubes incumpridores. Isso leva a um abaixamento do nível de exigência. Felizmente, aqui cumpre-se escrupulosamente e, assim, é mais fácil exigir empenho e trabalho aos jogadores", explica. E garante que nunca lhe passou pela cabeça um reinado tão longo. "Quem me conhece sabe que cada jogo é uma final e é assim do primeiro até ao último."
Coesão de grupo é chave do sucesso
O diagnóstico é do director da secção, Rui Mourinha. "Sempre se trabalhou, mas o que difere são os atletas, quer pela qualidade quer pelo carácter", explica. "Este ano o grupo está todo a puxar para o mesmo lado", garante o director encarnado, à frente da secção desde 2006 e, por isso, ainda sem títulos no currículo. E apesar de nesta altura ainda nada estar conquistado, Rui Mourinha diz que "parte da aposta está ganha, pois o objectivo era tentarmos ser campeões e ganhar a Taça", revela.
No entanto, a conquista de troféus pode não significar uma maior aposta no próximo ano. "Ainda nada está planeado. Mas não está prevista a participação em provas europeias", esclarece.
Ainda assim, insurge-se com a Federação Portuguesa de Voleibol por, ao contrário de outras modalidades, "nem a Supertaça organizar". Por isso, considera que há "pouca competição".
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